sábado, 25 de abril de 2009
Alphaville , Jean-Luc Godard (1964)
A grande viagem de Godard?
Para muitos.
Concordo.
A passagem intersideral de Godard é feita de carro.
Reminiscências?
Nos anos 2000, o veículo é um telefone em Matrix. Em 2001 de Kubrick, uma espaçonave.
E todos atravessam sistemas todo-poderosos de coerção, onipreseças de dominação tecnológica.
O fim dos circuitos, ou no que caminha a humanidade?
Em Alphaville, a Bíblia é um dicionário. Todos os dias, palavras desaparecem porque são proíbidas.
São trocadas por palavras novas que expressam idéias novas.
Novas idéias?
Idéias novas.
A consciência não existe.
Não há passado.
O presente é ferro.
É metáfora.
Como luz de outono.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Stanley Kubrick, Dr.Fantástico (Dr. Strangelove)
Fiquei em cima do colchão.
Alguns minutos.
A procura.
Algum DVD para rever do Stanley Kubrick, uma das melhores pedidas.
Tinha também vontade de rir. Sexta-feira. Tem dia certo pra isso?
Decidi pelo Dr.Fantástico, de 1964.
Não tem jeito.
Por ser comédia , de certa forma, espécie rara na obra de Kubrick, esse filme nem passa perto do entretenimento descartável. Se é que isso existe.
São promessas realizadas do melhor humor negro que leva à reflexão -
A partir de um insano general americano que resolve lançar um ataque nuclear devastador na União Soviética, convencido de teorias de dominação comunista contagiosas na água que é de beber.
E o general que de louco tem tudo e de bobo não tem nada, bebe água da chuva, ou destilada, pra não cair no erro de se contaminar.
As mensagens são excepcionais. Paradoxais e irônicas: o capitalismo é russo; o comunismo, americano.
E a idéia pós-apocalíptica de humanidade é apenas um recomeço da nossa natureza: o desejo da luxúria, a vitalidade do poder, o reino do instinto.
Como outros de Stanley Kubrick, Dr.Fantástico é reflexão da existência.
Ainda bem que é comédia. Para rir.
Pára.
Será?
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sexta-feira, 3 de abril de 2009
Linhas listras
Não entendo muito de moda.
Preciso desencardir umas meias.
Mas realmente, a tal da tendência vai e vem.
Ao procurar umas fotos de Jean Seberg, atriz do filme "Acossado" de Godard, acabei encontrando o quadro acima. É a prova dos nove.
Jean Seberg é a primeira no topo à esquerda. (A)de listrado
Se não me engano, essas roupas aparecem também no filme Papillon.
Mas me lembro mais da cena das baratas.
E elas estavam nuas.
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Acossado, À Bout de Souffle, Godard
Todas as vezes que vejo um filme do Godard eu penso em Woody Allen, não tem jeito.
Nesse ponto, a diferença é que Woody Allen é engraçado.
Acossado gira em torno de um assassino que foge da polícia e faz pequenos roubos no caminho. Mas o que isso tem haver com Allen?
Pode contar: passa dos 20 minutos, direto.
Isso mesmo.
De que?
Discussão de relacionamento!!!
Por mais de vinte minutos. Seguidos. Num quarto.
O cara tenta de todo jeito convencer a moça a tirar pelo menos o top. E ela troca o toco de todas as maneiras: “estou grávida, você deve ser o pai”; “você gosta de Bach?”; “você me ama?”; “com quantas você dormiu?”.
Imagina só.
O cara não desiste.
E haja cigarro.
E fumaça.
Vinte minutos de cigarro. Um atrás do outro.
Era a época do fumo.
E finalmente os dois vão pra debaixo do cobertor.
Pra você ver: Godard, sem saber, além de tudo que fez no cinema, também foi pioneiro na questão do que se passa debaixo de um edredom. Pois é Big Brother...
Vai saber o que houve por lá debaixo.
Mas não pára por aí.
Adivinha o que o cara fala quando a mulher sai da cama?
( Tempo )
- "Foi bom pra você?" .............. (!)
***
Tire suas próprias conclusões...
***
Produzido nos anos 50, Acossado tem brilhantes cortes rápidos e planos sequência.
Sem contar as belas imagens da Europa.
Sem contar as belas imagens de Jean Seberg.
Abra a janela pra sair a fumaça da nicotina queimada.
Ou pegue o cinzeiro.
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