terça-feira, 30 de junho de 2009

Tem que sair



É imaginável?

Em dia de mudança de rumo no Senado, DEM, PSDB e PDT decidem pela saída do presidente da casa, José Sarney (PMDB-AP), depois dos sucessivos escândalos dos atos secretos - conta bancária escondida, empréstimos e nomeações de parentes a cargos públicos.

PT agenda reunião na noite de terça-feira, 30 de Junho.

Decisão? Fica pra amanhã depois de novas discussões.

Seria digestivo algo assim há 10 anos?

A maior força de segurança de Sarney hoje é do presidente Lula - historicamente ovacionado por sua luta contra esses tipos de politicos brasileiros - os já conhecidos caciques que sustentam o poder por décadas no nosso país.

Em pratos limpos, tem se dito nos corredores de Brasília que a questão fundamental é a eleição presidencial de 2010.

Michel Temer, presidente do Congresso, deve sair candidato a "algum cargo". E o presidente do Senado assumirá a República no entreatos.

Quem seria esse líder do PMDB, além do velho Sarney, pra chegar ao alto posto? E como ficaria o jogo político da sucessão?

Outro ponto importante é a responsabilidade de toda Mesa Diretora. Aí o problema se encontra além das nomeações dos parentes e amigos de Sarney.

Grande parte dos senadores está envolvida nos atos secretos. Mas o problema é mais antigo do que a atual composição do Senado - a prática é reticente e resistiu a diferentes eleições - os burocratas públicos continuaram com o poder no parlamento durante a mudança dos senadores - que no vai e vem sempre assinaram embaixo das decisões secretas, às vezes sem entender o que rubricavam.

E como líder da Casa, Sarney pode ficar?

Há como?

Pior: Há o como.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Memória - Culpa - Perdão


( ilustração acima: arte Meninos na Gangorra, de Portinari)

Há lógica na culpa sem a memória?

Há perdão sem culpa?

A memória instiga a existência do perdão se houver a culpa.

Mas a ausência da culpa nega a existência do perdão. E só existirá a memória.

Memória não é culpa, mas culpa faz parte instrínseca da memória.

A memória não é a culpada.

Talvez a culpa do perdão seja a memória.

E é melhor esquecer?

Ou o esquecimento afagará a culpa?

Não. O esquecimento não é mais forte que a culpa.

O esquecimento é parte da memória.

Assim como a culpa é do perdão.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Art Blakey - Au Club St Germain



Que beleza.

O jazz - um dos artistas que sinto mais alegria de ouvir é o Art Blakey.

Alegria que vem acompanhada da impressão de não ser minha, mas fruto sim do contágio - espirrada pelo próprio: Art Blakey. Numa forma atemporal, materializada a cada toque da música dele, do Jazz Messengers.

De uns dias pra cá, re-tirei da caixa o sensacional Au Club St Germain, gravado em 1958.
50 anos tem isso.

Parece videogame de última geração - daqueles sem fio que espelham a realidade virtual.

Trampolim direto.

A passagem é instantânea para o clube francês, St Germain.
Será que tem coisa ai?
O tal não é imortal?
Uns dizem que sim.
St Germain não conheceu Nostradamus?
Talvez o Dan Brown saiba. Ou o Paulo Coelho - Prefiro deixar esse ai na cartola mesmo, sem mágica.

Without magic, my friend.

Acaré sem pimenta.

Mas e o Art Blakey...

Se você fechar os olhos, cuidado pra não pisar no pé de alguém.

O ambiente não podia ser melhor: uma platéia entusiasmadíssima - pode-se ouvir o pessoal dançando, conversando, rindo.

Loooongas jams.... a maioria das músicas passa dos 10 minutos (!)

O grupaço:
Lee Morgan - trompete
Benny Golson - Sax tenor
Bobby Timmons - piano
Jimmy Merritt - contrabaixo
Art Blakey - bateria

Saia correndo com os dedos e encontre na sua digitação o caminho. Adquira, desfrute.

Um pouco de Art Blakey com a mesma formação do Jazz Messengers..

terça-feira, 23 de junho de 2009

Lista dos senadores beneficiados por atos secretos

Por essa lista a gente vê que tem partidos de todos os lados e senadores de vários estados envolvidos...

Aldemir Santana (DEM-DF)
Antonio Carlos Júnior (DEM-BA)
Augusto Botelho (PT-RR)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Efraim Moraes (DEM-PB)
Epitácio Cafeteira (PTB-MA)
Fernando Collor (PTB-AL)
Geraldo Mesquita (PMDB-AC)
Gilvam Borges (PMDB-AP)
Hélio Costa (PMDB-MG) licenciado (ministro)
João Tenório (PSDB-AL)
José Sarney (PMDB-AP)
Lobão Filho (PMDB-MA)
Lúcia Vania (PSDB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Maria do Carmo (DEM-SE)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roseana Sarney (PMDB-MA) renunciou para assumir o governo do MA
Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Serys Slhessarenko (PT-MT)
Valdir Raupp (PMDB-RO)licenciado (ministro)
Wellington Salgado (PMDB-MG)

Senadores que assinaram atos secretos quando integravam a Mesa Diretora da Casa

Antonio C. Valadares (PSB-SE)
César Borges (PR-BA)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Paulo Paim (PT-RS)
Romeu Tuma (PTB-SP)
Tião Viana (PT-AC)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Escândalos no Senado...Atos Secretos...Sarney

19h.......

Escândalos no Senado....Atos Secretos.......Sarney........

Cristovam Buarque, senador do PDT/DF, acaba de falar na tribuna: "venho aqui, depois de um fim de semana com todas as principais revistas do país criticando o Senado e e mesmo assim, hoje temos menos de 12 senadores na Casa. Tudo continua como se nada estivesse acontecendo"...... (!)

Então ele apresenta duas propostas:

1. O afastamento por licença do presidente do Senado, José Sarney, por tempo por ele mesmo (Sarney) determinado, seja de 15 dias; um mês; 2 meses, até que as reformas necessárias sejam feitas.

2. Já que não é possível reunir os senadores no horário normal, das 14h às 20h, que os debates aconteçam depois das 20h.

Além disso, o senador Cristovam propõe que os senadores não retornem às suas bases todas as semanas, para que haja parlamentares no plenário.

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O Senador Papaléo Paes, PSDB/AP, pede uma parte:::::

"É um caminho duvidoso para a democracia pedir o afastamento do Sarney" ...
"O senhor também pode ser suspeito assim como o Sarney; Sarney, senador do meu Estado"...

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E seguem outras reticências, exclamações, travessões.

Pois é, se fizessemos um plebiscito, como o senador Cristovam propôs, para saber a opinião popular em relação ao fechamento do Senado, qual seria o resultado?

Temos um senador do PSDB defendendo o presidente Sarney.
Temos um presidente da República do PT, Lula, defendendo Sarney.
Temos senadores do PMDB, do PDT e de outros partidos louvando o passado do Sarney.

Afinal, quem é a oposição e a situação nesse país?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Lacan. Pra que gozar.



Nos próximos dias a Corpus Christi a cidade entra em encontros, São Paulo.
De encontro.
Em rotas próximas:
Defesas, corpos, crenças.
Suores juntos em uníssono religioso, sexual.
É evangélico, é gay, é parada. É passeata.
É tudo ao lado,
De lado um do outro.
De lado pro outro.
Um de cado lado.
Junto - separado.
Inspiração.
Expiração.
Expugnação.

E dentro daqui noto Lacan: " Você tem o direito de não gozar".

Pois é. A felicidade ainda é social, como no século XVIII na revolução francesa? Onde o objetivo da sociedade deveria ser a felicidade geral?

Quem não tá feliz toma remédio, desencontra um canto, risca o rótulo "alguma coisa anda errada em você".

Ou vira Emo.

A falta da felicidade hoje é patologia.

E o que é a felicidade expressa na coerção social?

O sucesso.

Sucesso em tudo: dinheiro, trabalho, estudo, família.

É meu caro, seja um homem de sucesso.

Já dizia o slogan da campanha do Lula em 1989: "Sem Medo de Ser Feliz".

A chuva parou.

George Harrison canta "Here comes the sun".

Só se for amanhã.

Vou folheando Lacan, assegurando o direito de não gozar.

Ah, o lado?

Do oroborus.