sábado, 27 de setembro de 2008

Da série manhãs sonadas

" A ilusão de ótica é uma dobradura da realidade " .


" A dissonância antes de tudo é um aspecto da hamonia " .

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Gyorgy Ligeti - Fronteiras da harmonia


Certo que é uma situação difícil.
Talvez a melhor maneira seja você ouvir a música dele.
Seguir por outro rumo. Deixar de descrever as impressões das composições de György Ligeti.

Abster. Abstrair.

O som entre o determinado e o indeterminado.
Manter a harmonia. Ou tentar mudar a fronteira dela.

Dessa última, György Ligeti é um mestre da arte.
Viaja pela micropolifonia , transpõe os limites do ritmo, da melodia.

E talvez você ache que nunca ouviu falar de Ligeti.
Ou quem sabe você é um grande admirador da música dele.
O cineasta Stanley Kubrick o era.
A famosa trilha de "2001 , Uma Odisséia no Espaço" tem o toque de Ligeti.
E o piano cortante de suspense em "De Olhos Bem Fechados" também é de Ligeti.
Tenho ouvido atualmente a obra dele.
Parece que impulsiona o delírio.
Mas eu escrevi há pouco que não haveria de descrever.
Mais fácil é transcrever o que o próprio Ligeti comentou:

"Em música, ordem e acaso não são tão antagônicos como podem parecer".

Na vida?

Vale um, mais outro tópico. Infinitos.
A da dele, sem dúvida, uns tantos também.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Dobradura


Num desses últimos finais de semana de setembro, passava os olhos no jornal, quando pulei a manchete do topo da página e segui as palavras linhas abaixo, fonte 12 em Times New Roman, enviadas de Paris:

" A cobiça insaciável é uma idolatria " ; " Fuja dos ídolos criados pela própria razão" ; " Amor ao dinheiro é a raiz de todos os males".

Pensei: "caramba, saltei os classificados, os quadrinhos e já fui parar nos calhamaços das críticas e crônicas de domingo?"

Curioso.

Olhei pro lado direito e figurava lá uma foto de um senhor com chapéu branco em forma de boca de peixe acenando para uma multidão na Praça dos Inválidos, França.

Recortei o pedaço do papel e botei na mochila pra ler com calma mais tarde.

Dez dias se passaram.

E hoje, entre uma notícia de arquivo e outra da Reuters, a tal da reportagem voltou em imagem.

Havia milhares de fiéis comemorando as aparições de Nossa Senhora Bernadette Soubirous.

Outros tantos na esplanada ouvindo o tal do discurso filosófico.

Sob o chapéu estava o Papa Bento Dezesseis falando de fé e filosofia.

Razão e religião.

Parte do discurso está na primeira carta de Paulo a Timóteo, capítulo 6 versículo 10 da Bíblia.

Lembrei da matéria guardada só à noite. Resolvi desdobrá-la.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A mesa


À mesa se senta.
À mesa, o tempo aprende a não ser o dono do tempo.
À mesa se juntam prazeres,
Criam-se personagens.
À mesa, compartilha-se.

A mesa compartilha todos.
À mesa , parte-se o só.
Por um tempo ao menos,
O só deixa de ser o mesmo só
Para ser um pouco do outro
À mesa.
***
Temos uma nova mesa em casa.
E então percebi que uma mesa às vezes deixa de ser apenas uma mesa.
Como tudo na vida.
Pode tornar-se definido e também deixar de ser, já no momento seguinte.
Escrevo acima umas linhas sobre a nova mesa que está na sala de casa.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A violência do isolamento

A política norte-americana em relação à Rússia , pós-guerra da Geórgia , traça paralelos não muito distantes.

Se vários países receiam a visita bélica da secretária republicana do Estado de Bush , Condoleezza Rice , considerada por muitos como a "ministra da Pólvora americana", o ponto de vista democrata não é muito diferente.

Barack Obama defende a discussão do assunto na Onu, numa tendência partidária para o isolamento de alguma forma da Rússia no cenário internacional.

Proposta ampliada pela ex-secretária do Estado do governo de Bill Clinton e expoente democrata, Madeleine Albright.

A questão é que muitos países europeus nem cogitam em isolar a Rússia. Simplesmente porque são clientes fiéis da energia e do combustível russo: gás e petróleo.

Há de se somar as negociações dos Estados Unidos com a Polônia e a República Tcheca para instalação de sistemas e bases antimísseis.

Legado que em breve cairá no colo do novo presidente americano: John McCain ou Barack Obama.

Obama e McCain tem entre as opções, a de colocar mais lenha na fogueira ; ou melhor: deixar o fogo e a pólvora de lado e desenvolver novas tecnologias de biocombustível.

Nossos pulmões agradecem a segunda opção.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Que Led Zeppelin que nada.


Se do lado de lá do Greenwich tem ministro, primeiro-ministro e presidente pedindo demissão e aparecendo com carta de renúncia, na nossa vizinhança a politicagem quer mesmo é se perpetuar no poder.

O saldo dos últimos dias tá equilibrado com a saída planejada do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf ( se despediu calmamente, quase tomou um cabernet no estacionamento oficial) e do primeiro-ministro mau-humorado japonês Yassuo Fukuda.

Por aqui na banda latina, continuamos com os referendos de toda e qualquer autonomia boliviana de Evo Morales (breve haverá votação sobre o símbolo do milho na culinária bolivarista) ; o astro venezuelano Hugo Chavez ; a Argentina da família Kirchner ( sai o marido, entra a mulher,e ainda tem a filha ) ; a revolución cubana dos irmãos Castro ; os Correa do Equador (não se esqueça que a tartatuga Harriet de Galápagos morreu aos 170 anos em 2006) ; e porque não Leonel Fernández na República Dominicana, reeleito pela terceira vez agora há pouco!

Em homenagem às nossas estrelas, já "clássicas" (na definição de tempo, temporal) posto já, a curiosa imagem enviada por Mr.Daba, velho conhecido das pradarias russas.
Nosso antigo companheiro , líder e presidente, desde as greves de São Bernardo às idas e vindas malufianas - manobras políticas "clássicas" (agora no sinônimo de tradicional) não podia deixar de faltar.
Até porque lá se vai meia década.