sábado, 13 de dezembro de 2008



Esgotei o meu mal, agora
Queria tudo esquecer, tudo abandonar,
Caminhar pela noite fora
Num barco em pleno mar.

Mergulhar as mãos nas ondas escuras
Até que elas fossem essas mãos
Solitárias e puras
Que eu sonhei ter.


Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Se o Dalai Lama não podia mais reencarnar desde 2007, China afirma que falar com ele também não é coisa boa.



Nicolas Sarkozy, presidente da França, e sua esposa, Carla Bruni já tem reservado um andar inteiro do Hotel Copacaba Palace, no Rio de Janeiro, para uma viagem de descanso e um sambalelê no carnaval carioca. Pra dividir o pandeiro e o limão, que aliás anda bem caro por aqui (o quilo já passa dos seis reais), nosso presidente Lula e dona Marisa também confirmaram presença.

Vale o protesto.

Quilo do limão a seis reais já é crise econômica. Caipirinha tá virando limonada suiça!

Mas antes disso, Sarkozy convidou o Dalai Lama, líder exilado do Tibete, para um encontro político.

E pra variar, o pagode rolou de novo na China.

Em 2007, o governo chinês lançou o decreto com a afirmação de que o Buda não pode reencarnar mais na figura do Dalai.

Pois é.

O texto segue com a determinação: "A chamada reencarnação do Buda vivente é ilegal e inválida sem a aprovação do Governo".

Agora em 2008:

Ao saber do encontro proposto por Sarkozy, o ministério das Relações Exteriores da China, soltou, por intermédio do porta-voz, Qin Gang:

"The stance of the Chinese government is consistent and clear. We
oppose the Dalai getting involved in activities overseas to split China, and
we oppose any foreign leaders having any contact with the Dalai".

Se o Dalai não podia nem mais morrer e nascer em paz de novo, imagina só falar um "ai" por aí?

Já é querer demais, não?

Francamente.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Hugo Chavez e o avesso do avesso


Não é muito difícil encontrar nas revistas mais vendidas do Brasil, comentários que apontam Hugo Chavez, presidente da Venezuela, como um ditador, atrasado e comunista.

Por outro lado, em outras publicações, Chavez é colocado num altar irretocável e condecorado por todas as idéias socialistas e feitos populares ( outros acham - populistas).

Muito do que Chavez faz é realmente polêmico. Exemplos claros são os acordos de comércio de armas com a Rússia; o suspeito apoio a grupos guerrilheiros colombianos e os discursos inflamados contra os Estados Unidos e o presidente George W Bush.

Mas cada país não tem autonomia para fazer o que bem entender?

Tudo isso, como diz o Almeida do boteco, é lenha pra muita fogueira. Caldo pra cana.

Mas onde gostaria de chegar por aqui é o que Chavez discursa na inauguração do aeroporto venezuelano, na antevéspera das eleições presidênciais americanas.

Como em outros momentos, o presidente venezuelano foi bastante direto. Mas bem diferente do que os oposiciostas dele comentam.

Dessa vez, Chavez apresenta ideais de esperança aos Estados Unidos e ao mundo, além de felicitações pela possível vitória de Barack Obama.

Chavez diz o que espera do futuro dessa eleição. Da importância da conquista de um homem negro na história americana, na possível mudança política. De um mundo de paz. E de um comando não necessariamente socialista, muito menos revolucionário.

É no mínimo curioso.

Parte do discurso de Hugo Chavez:

"The day after tomorrow will be the elections in the United
States. The entire world is waiting, that a black man becomes the President
of the United States is no small thing. Now that this black man is at the
height of history we hope, we hope - we don't ask him to be a revolutionary,
we don't ask him to be a socialist. No, only that the black man is placed at
this point of becoming the President of the United States. We believe him as
the world believes him. I hope he is placed at height of the moment. From
now I send signals to the black man, from here that we are of Indian, black,
Caribbean, South American races. I hope that he is put at the height of what
is occurring in the world and of the hope that the world has, that the
majority of us have, that we have a world of peace."

A avó de Barack Obama e o herói anônimo



A sociedade tem o mito do herói como parte fundamental da estrutura do pensamento e da ação humana. Seja na educação ou no entretenimento, o exemplo de alguém ou de algo serve de referência a ser seguido. É parte cultural.

Cada vez mais a figura heróica é encontrada apenas no universo do esporte, até porque em outros campos da vida social, o aumento do descrédito depositado nas lideranças políticas, religiosas e intelectuais só cresce, pelo menos no Ocidente.

O novo herói mundial, Barack Obama é uma exceção e tudo indica que ele já percebeu isso.

Além da sua própria imagem e méritos da conquista, Obama refletiu no discurso da Carolina do Norte , a perda da avó durante a campanha para presidente.

Na últimas horas de vida de Madelyn Dunham, Barack cancelou a participação em comícios, mudou sua agenda eleitoral e viajou ao Havai para se despedir dela.

Aposentou o paletó, botou um tênis e caminhou sozinho pelas ruas vizinhas da casa onde sua avó estava internada.

Na véspera da eleição nos Estados Unidos, Barack Obama durante o discurso, homenageou Madelyn com frases emblemáticas e cheias de simbolismo heróico. Disse que ela era uma "pessoa comum" e uma "heroína silenciosa".

"Uma heroina que como muitas pessoas são anônimas, não tem os nomes publicados nos jornais, mas como muitos que aqui estão presentes, são pais e mães que se sacrificam diariamente para manter a família". " Para ver nossos filhos e netos com uma vida melhor"... " A América é isso" ... "É para isso que lutamos."

Segue abaixo as transcrições de parte do discurso de Barack Obama (ainda candidato) na Carolina do Norte:

"Some of you heard that my grandmother who helped raise me passed
away this morning. Look, she has gone home. She died peacefully in her sleep
with my sister at her side, so there is great joy as well as tears. I'm not
going to talk about it too long, because it's hard to talk about."

"She was one of those quiet heroes that we have all across America,
who they aren't famous, their names aren't in the newspapers but each and
every day they work hard and look after their families."

"In this crowd there are a lot of quiet heroes like that. Mothers
and fathers who have worked hard and sacrificed all their lives, and the
satisfaction that they get is seeing that their children, grandchildren maybe
even great grand children live a better life than they did. That's what
America is about. That's what we're fighting for."

***

O que seria da sociedade sem a figura mítica do herói?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Congo e Ruanda em fogo alto


Dessa vez, a panela de pressão ferve na África Central, região do Congo, fronteira com a Ruanda. Os rebeldes Tutsi estão fervorosos, a população de maioria Hutu sai de suas casas e mais um banho de sangue é previsível nessa região que já foi colônia da Alemanha , passou para Bélgica e vive historicamente as diferenças entre tribos africanas pré-colonização européia. Tropas da Onu estão por lá. Funcionários de Ongs internacionais saem com medo do que pode acontecer.

Pra entender um pouco o conflito:

Ruanda é um pequeno país no centro da África.

Ruanda só existe depois da colonização. Depois que os europeus foram lá, demarcaram terras, dividiram entre eles e decidiram, depois de algumas disputas (como a primeira guerra mundial), que país iria ganhar qual pedaço africano. Antes disso a África Central era parte de um continente vasto, cheio de florestas, savanas, animais perigosos e tribos que viviam em seus domínios e com sua cultura própria.

Portanto a história de Ruanda começa no século XIX, quando ela é "dada" à Alemanha. Posteriormente o controle sobre o país foi passado para a Bélgica.

Para controlar o país, que depois ainda se dividiu em dois, Ruanda e Burundi, os belgas se aproveitaram de um antigo sistema de poder entre as duas tribos dominantes do local, os tutsi e os hutu. Os tutsi eram uma minoria, mas eram eles que reinavam e controlavam a população local, de maioria hutu. Os belgas colocaram os tutsi para trabalhar com eles e lhes deram poder e liderança. Dessa forma procuravam controlar a população local com certa facilidade. Mas a parceria não durou muito, pois logo os tutsi se revoltaram contra os belgas e quiseram a independência. Acreditando que os hutu seriam mais fáceis de controlar, os belgas inverteram o sistema de poderes. Os hutu, que tinham grandes ressentimento contra os tutsi, os discriminaram e caçaram durante décadas. Muitos tutsi foram exilados nos paises visinhos.

Em 1990, uma força guerrilheira formada pelos tutsi exilados, a FPR, invadiu Ruanda tentando derrubar o governo. O governo hutu começou a fazer propaganda via rádio contra os tutsi, incitando a população ao ódio. Entre derrotas e vitórias, o governo e a força revolucionária tentavam chegar a algum acordo. Mas em 1994 o presidente hutu foi morto quando seu avião foi derrubado, logo que voltava de uma negociação pela paz. Com isso o gorverno passou a incitar a perseguição, a matança e a violência generalizada contra os tutsi, o que se extendeu também contra os hutu moderados, acabando por exterminar 800 mil pessoas.

O governo incitava a população a parar tudo para se dedicar exclusivamente à caça de tutsi. Fecharam escolas, fábricas e o comércio. Nada mais funcionava. Ninguém deveria trabalhar até que o trabalho de exterminar as "baratas" tutsi fosse terminado. O governo utilizou-se de dinheiro cedido pela ONU para financiar a compra de milhões de facões, fuzis e revólveres que distribuiu pela população. Todos os meios de comunicação se dedicaram exclusivamente a pregar a limpeza étnica.

E, em seguida, já não existiam ruas em Ruanda, existiam apenas pilhas de corpos, ossos, roupas, casas destruídas. Um cenário demoníaco.

O confronto no leste do Congo envolve a tensão étnica oriunda do massacre de 1994 de pelos menos 500 mil tutsis, na vizinha Ruanda.

A crise explodiu no leste congolês desde o início da ofensiva liderada pelo general renegado Laurent Nkunda, que afirma que protege a minoria tutsi de milícias hutus que participaram do genocídio e depois fugiram para o Congo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Pra passar bem o tempo...


O Enigma da Esfinge
Muito bacana esse jogo de charadas, perguntas e respostas. Lembrei direto das cenas do Indiana Jones...
É pra pensar e decifrar.
Cheio de Anagramas.
O site é:
http://decifra.me/


Tente decifrar o enigma da esfinge!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008




Depois de alguns comentários sobre os textos da guerra da Geórgia e do Leste Europeu que andei postando por aqui, uma dica para acompanhar a leitura e suavizar a história, uma obra bem empolgante do Frank London's Klezmer Brass All Stars.

Banda muito bacana!

Sons dos Balcãs, música judaica e do Leste Europeu.
O disco foi lançado em homenagem ao aniversário dos 350 anos da chegada dos primeiros judeus na América. Antes disso, só os que sairam do Brasil para Nova York...mas aí é outra história...

Integrantes:

Frank London – trumpet, peck horn
Susan Hoffman Watts – trumpet
Merlin Shepherd – clarinets
Matt Darriau – clarinet, alto saxophone
Alex Kontorovich – clarinet, alto saxophone, tenor saxophone
Curtis Hasselbring – trombone, skronk guitar
jacob garchik – baritone horn, trombone
Ron Caswell – tuba
Mark Rubin – tuba, baritone horn, tex-mex guitar
Aaron Alexander – drums


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Oito preocupações mundandas



Um pouco de budismo para meditar!

Com os devidos créditos ao Blog Sansara ( http://www.samsara.blog.br)



Deixo aqui As Oito Preocupações Mundanas, passadas por Dilgo Khyentse Rinpoche (1910-1991):

1. Desejar elogios
2. Rejeitar críticas
3. Desejar o prazer
4. Rejeitar a dor
5. Desejar o ganho
6. Rejeitar a perda
7. Desejar a fama
8. Rejeitar ser ignorado

Namastê e aquela luz!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Eleições chegando...

Quem ganha eleição não é o eleitor e sim o contribuinte.

sábado, 27 de setembro de 2008

Da série manhãs sonadas

" A ilusão de ótica é uma dobradura da realidade " .


" A dissonância antes de tudo é um aspecto da hamonia " .

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Gyorgy Ligeti - Fronteiras da harmonia


Certo que é uma situação difícil.
Talvez a melhor maneira seja você ouvir a música dele.
Seguir por outro rumo. Deixar de descrever as impressões das composições de György Ligeti.

Abster. Abstrair.

O som entre o determinado e o indeterminado.
Manter a harmonia. Ou tentar mudar a fronteira dela.

Dessa última, György Ligeti é um mestre da arte.
Viaja pela micropolifonia , transpõe os limites do ritmo, da melodia.

E talvez você ache que nunca ouviu falar de Ligeti.
Ou quem sabe você é um grande admirador da música dele.
O cineasta Stanley Kubrick o era.
A famosa trilha de "2001 , Uma Odisséia no Espaço" tem o toque de Ligeti.
E o piano cortante de suspense em "De Olhos Bem Fechados" também é de Ligeti.
Tenho ouvido atualmente a obra dele.
Parece que impulsiona o delírio.
Mas eu escrevi há pouco que não haveria de descrever.
Mais fácil é transcrever o que o próprio Ligeti comentou:

"Em música, ordem e acaso não são tão antagônicos como podem parecer".

Na vida?

Vale um, mais outro tópico. Infinitos.
A da dele, sem dúvida, uns tantos também.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Dobradura


Num desses últimos finais de semana de setembro, passava os olhos no jornal, quando pulei a manchete do topo da página e segui as palavras linhas abaixo, fonte 12 em Times New Roman, enviadas de Paris:

" A cobiça insaciável é uma idolatria " ; " Fuja dos ídolos criados pela própria razão" ; " Amor ao dinheiro é a raiz de todos os males".

Pensei: "caramba, saltei os classificados, os quadrinhos e já fui parar nos calhamaços das críticas e crônicas de domingo?"

Curioso.

Olhei pro lado direito e figurava lá uma foto de um senhor com chapéu branco em forma de boca de peixe acenando para uma multidão na Praça dos Inválidos, França.

Recortei o pedaço do papel e botei na mochila pra ler com calma mais tarde.

Dez dias se passaram.

E hoje, entre uma notícia de arquivo e outra da Reuters, a tal da reportagem voltou em imagem.

Havia milhares de fiéis comemorando as aparições de Nossa Senhora Bernadette Soubirous.

Outros tantos na esplanada ouvindo o tal do discurso filosófico.

Sob o chapéu estava o Papa Bento Dezesseis falando de fé e filosofia.

Razão e religião.

Parte do discurso está na primeira carta de Paulo a Timóteo, capítulo 6 versículo 10 da Bíblia.

Lembrei da matéria guardada só à noite. Resolvi desdobrá-la.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A mesa


À mesa se senta.
À mesa, o tempo aprende a não ser o dono do tempo.
À mesa se juntam prazeres,
Criam-se personagens.
À mesa, compartilha-se.

A mesa compartilha todos.
À mesa , parte-se o só.
Por um tempo ao menos,
O só deixa de ser o mesmo só
Para ser um pouco do outro
À mesa.
***
Temos uma nova mesa em casa.
E então percebi que uma mesa às vezes deixa de ser apenas uma mesa.
Como tudo na vida.
Pode tornar-se definido e também deixar de ser, já no momento seguinte.
Escrevo acima umas linhas sobre a nova mesa que está na sala de casa.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A violência do isolamento

A política norte-americana em relação à Rússia , pós-guerra da Geórgia , traça paralelos não muito distantes.

Se vários países receiam a visita bélica da secretária republicana do Estado de Bush , Condoleezza Rice , considerada por muitos como a "ministra da Pólvora americana", o ponto de vista democrata não é muito diferente.

Barack Obama defende a discussão do assunto na Onu, numa tendência partidária para o isolamento de alguma forma da Rússia no cenário internacional.

Proposta ampliada pela ex-secretária do Estado do governo de Bill Clinton e expoente democrata, Madeleine Albright.

A questão é que muitos países europeus nem cogitam em isolar a Rússia. Simplesmente porque são clientes fiéis da energia e do combustível russo: gás e petróleo.

Há de se somar as negociações dos Estados Unidos com a Polônia e a República Tcheca para instalação de sistemas e bases antimísseis.

Legado que em breve cairá no colo do novo presidente americano: John McCain ou Barack Obama.

Obama e McCain tem entre as opções, a de colocar mais lenha na fogueira ; ou melhor: deixar o fogo e a pólvora de lado e desenvolver novas tecnologias de biocombustível.

Nossos pulmões agradecem a segunda opção.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Que Led Zeppelin que nada.


Se do lado de lá do Greenwich tem ministro, primeiro-ministro e presidente pedindo demissão e aparecendo com carta de renúncia, na nossa vizinhança a politicagem quer mesmo é se perpetuar no poder.

O saldo dos últimos dias tá equilibrado com a saída planejada do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf ( se despediu calmamente, quase tomou um cabernet no estacionamento oficial) e do primeiro-ministro mau-humorado japonês Yassuo Fukuda.

Por aqui na banda latina, continuamos com os referendos de toda e qualquer autonomia boliviana de Evo Morales (breve haverá votação sobre o símbolo do milho na culinária bolivarista) ; o astro venezuelano Hugo Chavez ; a Argentina da família Kirchner ( sai o marido, entra a mulher,e ainda tem a filha ) ; a revolución cubana dos irmãos Castro ; os Correa do Equador (não se esqueça que a tartatuga Harriet de Galápagos morreu aos 170 anos em 2006) ; e porque não Leonel Fernández na República Dominicana, reeleito pela terceira vez agora há pouco!

Em homenagem às nossas estrelas, já "clássicas" (na definição de tempo, temporal) posto já, a curiosa imagem enviada por Mr.Daba, velho conhecido das pradarias russas.
Nosso antigo companheiro , líder e presidente, desde as greves de São Bernardo às idas e vindas malufianas - manobras políticas "clássicas" (agora no sinônimo de tradicional) não podia deixar de faltar.
Até porque lá se vai meia década.








sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Sobre a beleza

Beleza é percepção individual.

Normalmente o que dá prazer aos sentidos é considerado belo.

E a beleza pode ser universal?

Na história, o conceito de belo tem características religiosas, místicas, sociais.

Às vezes, é conveniente achar beleza no que a sociedade acha belo.

Às vezes, o meio exerce coerção pra você concordar com o que o grupo considera belo.

Não para você encontrar sua verdadeira beleza.

E a sua verdadeira beleza.

Talvez isso não seja belo.

E se dissermos que quando duas pessoas acham algo bonito: uma mulher, a arte, um lugar; a percepção é a mesma entre ambas?

E se não acharmos algo realmente belo, dia mais dia menos, perceberemos a traição da beleza em nós mesmos?

A beleza pode vir de convencimento? Se pensarmos constantemente que algo é belo , aprenderemos e vamos nos convencer a achar beleza no que antes não pensávamos?

Há beleza no feio?

E o feio é ausência do belo?

Ah, o feio só é feio porque há o belo. Se não, não seria a bela mística.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sai pra lá


Crux sancta sit mihi lux
Non draco sit mihi dux
Vade retro satana
Nunquam suade mihi vana
Sunt mala quae libas
Ipse venena bibas

Tradução aproximada:

Possa a Cruz Sagrada ser minha luz
E impeça o demônio de me guiar
Vade retro Satanás
Nunca me domine.
O que você me oferece é mal
Beba seu próprio veneno

* * *

Tenho sentido a Bavária bem próxima ultimamente.
Muitos manuscritos históricos aparecem em mosteiros por lá.
Extiste, entre tantos, esse aí de cima, mágico e religioso.

Foi usado em exorcismos medievais.

Descoberto em 1415 na Abadia de Metten.....Bavária! E é atribuido a São Benedito, vivo no século V.

A origem, segundo estudos é de Jesus, o próprio. Quando disse, nas palavras da Bíblia em latim, em Mateus 16:23: "vade retro me, satana".

Até 1642 a fórmula era considerada superstição. Naquele ano ela foi redescoberta na Áustria.

Então seguiram-se poucos passos.

Até que em 1742, o Papa Benedito XIV a sancionou e tornou os versos como parte do ritual da Igreja Católica Romana.

As frases são usadas para afastar qualquer mal, segundo a Igreja.

E com a mesma intensidade, pode-se fazer um código gravado em amuletos, crucifixos:

(VRSNSMV SMQLIVB ou VRS:NSMV:SMQL:IVB)

Por enquanto, "amém".

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Tô vendo de baixo, pra poder subir..
tô vendo de cima pra poder cair
tô divido pra poder sobrar
desperdiçando pra poder faltar
devagarinho pra poder caber
bem de leve pra não perdoar
tô estudando pra saber ignorar
eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô te explicando pra te confundir,
Eu tô te confundindo pra te esclarecer,
Tô iluminado pra poder cegar,
Tô ficando cego pra poder guiar.
Suavemente pra poder rasgar
com o olho fechado pra te ver melhor
com alegria pra poder chorar
desesperado pra ter paciência
carinhoso pra poder ferir
lentamente pra não atrasar
atrás da vida pra poder morrer
eu to me despedindo pra poder voltar
Eu tô te explicando pra te confundir,
Eu tô te confundindo pra te esclarecer,
Tô iluminado pra poder cegar,
Tô ficando cego pra poder guiar.

http://br.youtube.com/watch?v=lPwfqjIxgH4
Tom Zé

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Trecho

" Um homem se ocupa com suas próprias questões enquanto tem interesses e enquanto tem privacidades.

Na ausência destes, pelo medo do vazio da vida, ele se volta febrilmente para os assuntos dos outros. Para endireitá-los. Para castigá-los. Para esclarecer cada idiota e esmagar todo depravado. Para oferecer favores aos outros ou persegui-los selvagemente.

Entre o fanático altruísta e o fanático assassino há naturalmente uma diferença de grau moral, mas não diferença de essência.

O assassínio e o auto-sacrifício são simplesmente dois lados da mesma moeda. Dominação e benevolência, agressão e devoção, repressão do próximo e auto-repressão, a redenção das almas daqueles que diferem de nós: não são pares de opostos, mas apenas expressões diversas do vazio e da insignificância do homem. "

Sua insuficiência para si próprio", conforme a expressão de Pascal ( ele mesmo um contaminado)".

Amós Oz, A Caixa Preta

Caixa Preta


É uma das melhores leituras que vôo nesse ano.
Originalmente publicado em 1987.

Caixa Preta, de Amós Oz.
Romance psicológico que invade, tranpassa, permeia e mergulha numa linguagem clara, direta e fina a vida de um casal divorciado que entre correspondências abre uma espécie de caixa preta de relacionamentos, sentimentos, sensações, memórias, alegrias, pensamentos, pontos de vista, angústias, rancores do passado, presente e expectativas futuras.

De relacionamentos?

Não se trata de falar apenas de casamento. Da instituição. É muito mais além.
É também e principalmente da unidade homem-mulher como indivíduo.

A relação com o mundo: sociedade, família, amigos, trabalho, sonhos, aventuras.

E se não bastasse, a forma com que o livro é escrito também é cheio de curiosidades:

Um conjunto de cartas e telegramas.

Não há apenas um narrador.

Existem vários. E todos são principais.

A narrativa é leve, por mais densa que podem ser as visões do tempo, da tolerância, das experiências, do fanatismo, do orgulho, da luxúria, vaidade; da cabeça dura de cada um.

O livro não é grande. Mas talvez exija uma leitura de idas e vindas agradáveis, meditativas.

Reflexos e reflexões que as poucas páginas (a edição que comprei conta 242) tornam-se o dobro, o triplo, como se as entrelinhas imaginárias navegassem no oceano das palavras impressas por Amós Oz.

Simplesmente sensacional!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

De 1937 a 2008, da série concertos em Sampa

Domingo de sol recebeu Carmina Burna de Carl Orff em pleno Parque Ibirapuera.

Johann Andreas Schmeller, doutor bavariano em dialetos, publicou a coleção de 200 poemas medievais encontrados por volta de 1803 na abadia de Benediktbeuern, Bavária superior, em 1847 sob o título de “Carmina Burana".

Carl Orff estreiou Carmina Burana em canções seculares (não-religiosas) para solistas e coros, acompanhados de instrumentos e imagens mágicas, na Alemanha em 1937.

O famoso poema de abertura com tradução:

1. O Fortuna
velut Luna
statu variabilis,
semper crescis
aut decrescis;
vita detestabilis
nunc obdurat
et tunc curat
ludo mentis aciem,
egestatem,
potestatem
dissolvit ut glaciem.

1. Oh, Fortuna,
como a lua,
variável,
sempre cresces
ou minguas;
vida detestável
ora frustra
ora satisfaz
com zombaria os desejos da mente,
à pobreza
e ao poder
dissolve como se fossem gelo.

Diferenças cidadãs

Durante o café, no intervalo dos relatórios sobre a reação do Leste Europeu frente a guerra da Geórgia, um breve parêntese comparativo entre o Brasil e a República Tcheca.

Nós, brasileiros, historicamente reclamamos da relação estupradora e de mão única, do excesso de impostos da classe média e a completa falta de amparo do governo na segurança, saúde, educação, infra-estrutura, qualidade geral de serviços e blá blá blá.

Reclamamos. Não vamos às ruas. E fica do jeito que está.

Não que ir à rua necessariamente mude alguma coisa.

Mas veja só que diferença cultural, pela simples diferença, sem superlativos:

12 de agosto de 2008. Cerca de 100 georgianos vão às ruas de Praga protestar contra a guerra da Geórgia.

Estima-se que vivem na República Tcheca , trezentos imigantes da Geórgia. Muitos em férias em seu país natal.

100 de 300 - um terço da população. Número equivalente muitas vezes a um conjunto de apartamentos de um prédio residencial de alguma capital brasileira.

E os georgianos-tchecos se mobilizaram. E ainda levaram em conta outro contexto histórico:

Os manifestantes com cartazes compararam a atual guerra aos quarenta anos da invasão da Rússia na antiga Tchecoslováquia em agosto de 1968.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Cotonete dimensional

Pra quem curte música erudita e viaja nas partituras etéreas de Beethoven, deixo postado a primeira parte da tradução da letra do coral An Die Freude ( Ode à Alegria) da 9a sinfonia.
Não é sempre que podemos encontrar nas esquinas do centro de Sampa, em menos de quatro dias, execuções de algumas das maiores obras do compositor.
Um cotonete dimensional
Fantasia Coral no Teatro Municipal com a Orquestra Experimental ( & )
Nona Sinfonia com a Orquestra Sinfônica de Israel, na Sala São Paulo

***
"Die Freude", de Friedrich von Schiller
"Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegre, formosa centelha divina,Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo."

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Ossétia, Abcásia, quem?

Se você teve a ingrata surpresa de ler as manchetes sobre a Ossétia e nem imagina onde é que a Georgia e a Abcássia entram na história, segue uma breve pincelada do quadro.

Que lugar é esse?

Fica no Cáucaso. Região bastante conhecida para nós do Brasil...
Da Lua, você encontra fácil na foto da Nasa:













Ainda não? E agora?



A situação tá muito difícil por lá.
O conflito já é considerado guerra. Mais de duas mil pessoas morreram nos últimos dias e existem por baixo, quarenta e cinco mil refugiados.
Pontos:
* A Ossétia e a Abcásia são regiões independentes desde 1990 e tentam separar-se completamente da Georgia desde o fim da União Soviética. Só que a Rússia nem pensa em perdem sua influência na região.
* 70 mil pessoas vivem na Ossétia. Elas são etnicamente distintas dos georgianos e falam sua própria língua, parecida com o persa.
* A Ossétia e a Abcássia tem grande conexão com a Rússia.
Veja: 90% dos habitantes tem passaporte russo ; Dois terços do orçamento do governo vem da Rússia. A moeda predominante é o rublo russo.
Enquanto isso, o governo atual da Georgia puxa a sardinha, o atum e todos os outros pescados para os Estados Unidos e a União Européia.
* Pela Georgia passa o oleoduto que transporta gás e petróleo do mar Cáspio até a Turquia.
* Só que a Rússia tem investido mais de 650 milhões de dólares na construção de gasodutos e novas instalações para abastecer a região.
Lembra que os Estados Unidos aceitaram e deram uma forcinha político-militar para a independencia de Kosovo?
Pois é, agora a Rússia diz que faz o mesmo com a Abcássia e a Ossétia.
E aquela história norte-americana contada recentemente de que é necessário derrubar Saddam Hussein no Iraque e depor o governo do Afeganistão para se ter paz?
Algo no ar, aponta para a justificação da Rússia de invadir e atacar a região.
Não interessa em nada ao governo russo uma influência européia e dos Estados Unidos no Cáucaso.
Pode haver em breve mais um golpe militar internacional num país independente.
Novamente com banho de sangue de gente inocente.
Só que dessa vez o brinde pode ser com vodka.

sábado, 12 de julho de 2008

A re-ressurreição de Qumram


Um pouco mais de meio século nos separa da descoberta dos polêmicos pergaminhos do Mar Morto, em Qumram, Oriente Médio, que indicam a existência de um povo místico-judeu, os essênios , que viveram na região numa época anterior a de Cristo.

Os essênios (médicos, segundo a raiz "asaya" do sírio e "essaya" ou "essenoí" do aramaico) eram vegetarianos, não constituiam escravos, os líderes eram designados pela pureza espiritual, escolhidos entre os "irmãos", vestiam-se de branco, viviam isolados no deserto e estudavam a mística judaica.

O museu de Israel tem pesquisado atualmente uma inscrição em pedra, descoberta nas proximidades das cavernas dos essênios, vendida há cerca de 10 anos por um jordaniano a um suiço, datada antes da existência de Jesus Cristo , que indica o conceito de ressurreição depois de 3 dias da morte.

Pois é, lá vem a polêmica.

Alguém na história já havia ressurgido depois de 3 dias, como Jesus o fez?

A palavra ressurreição vem do grego "a·ná·sta·sis" e significa literalmente "levantar; erguer".

Os Cristãs ortodoxos rezam o credo com a frase “Creio na ressurreição da carne" apontando um caráter místico ao conceito de levantar.

Depois de 3 dias, alguns séculos e milhares de anos, os essênios tem ressurgido aos poucos com antigas idéias do presente religioso da humanidade.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O Zimbabue à sombra da democracia


Um dos simbolos da democracia é o voto popular.

Voemos à democracia do Zimbabue:
As eleições presidenciais de junho tem apenas um candidato.

Robert Mugabe é o nome dele. Conta com 84 anos.

É ele contra ele.

Mugabe perdeu no primeiro turno, mas o adversário vencedor da oposição, Morgan Tsvangirai, desistiu por causa da intensa violência e das ameaças contra o povo zimbabuense.

A Violência da Campanha:
A população acusa o Movimento pela Mudança Democrática (MDC) de ameaças de sequestros, mutilaçoes, assassinatos, perda de bens, caso não vote na situação.

Cartazes de apoio a Mugabe são obrigatórios nas casas dos moradores do país, principalmente no interior.

A chamada dos militantes da União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), partido de Mugabe, é "Win or war" (a vitória ou a guerra).

Policiais fazem batidas nas ruas e operações diárias nas residências dos zimbabuenses.

O povo é "convidado" a usar camisetas pró-Mugabe.

Telejornais locais da TV estatal exibem constantemente reportagens especiais sobre o camarada
Mugabe, heroi e líder da guerra de independência do Zimbabue.

O democrata Robert Mugabe:
Está no poder há mais de 25 anos.

Domina um país cuja inflação é de 300.000% ao ano.
Pra se ter uma idéia o salário de um trabalhador clase média é de cerca de 20 bilhões de dólares zimbabuanos. O cigarro custa 1 bilhão de dólares e uma dúzia de ovos, 10 bilhões.

A Questão Internacional:
Há investigações sobre o financiamento da China na campanha de Mugabe.

A África do Sul, país que lutou recentemente contra o Apartheid, tem posição contra a influência ocidental e resolveu abster-se da eleição.

Termômetro:
Vale lembrar que o signficado da palavra Apartheid, de origem africana, significa " vida separada" e remonta uma época em que os africanos eram obrigados a viver de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos.
O Apartheid acabou. Agora existe a democracia.



quinta-feira, 26 de junho de 2008

A fé do minarete no país das pirâmides


Se você tem o cacuete de dizer a qualquer momento, quando percebe um desastre, descobre algo, se vê surpreso: "Vige Santa", "Ave Maria", "Jeeesus". Você não está sozinho.

Nos últimos anos, a religiosidade no Egito tem crescido tanto que acaba de sair da mesquita uma nova fatwa, ou decreto religioso, do Sheik Yusuf Qaradawi.

Nele, o clérigo afirma que vale a pena rezar, mas "10 minutos" tá bom demais.

Acontece que nesses vícios de linguagem que aparecem de geração em geração, o Inshallah ( "Se Deus quiser") tomou conta da população.

O povo fala " Se Deus quiser" em qualquer situação:

No comércio:
- Quanto é o tomate?
- Custa 3. Inshallah

No táxi:
- Onde o senhor gostaria de ir?
- Pro Saara. Inshallah

No restaurante:
- Vai querer homus ou falafel?
- Babaganush, inshallah

Na escola primária:
- Quantas corcovas tem o camelo?
- Se Deus quiser, duas. Se não, acho que bombei.

Não é a toa que o povo tá cada dia mais religioso no Egito.

O país é governado por Hosni Mubarak, o mesmo presidente há mais de 25 anos.
A crise economica e o alto preço da comida assolam a região. Alguns dias atrás , a agência de notícias Reuters divulgou extensas filas nas ruas do Cairo para se comprar pão. Mulheres brigavam entre si, por mais meia dúzia deles.

E não é só nas expressões que o povo está mais conectado à religião muçulmana:

Aumentou em muito o número de escolas religiosas, as madrassas, que ensinam o wahabbi, o islamismo sunita mais radical.

Cada ano é maior a quantidade de pessoas que praticam as cinco paradas para as orações por dia, duas delas durante o horário comercial diurno.

Além das rezas, é necessário lavar as mãos, os pés e o rosto.

Não é à toa que a medida do sheique foi aprovada pelo governo.

Imagine se o fiel resolvesse ler uma passagem maior do Alcorão em cada um dos 5 momentos?

É o país que para.

O ópio do ódio


A Alemanha acaba de vencer a Turquia nas semifinais da Eurocopa e o que se viu em diferentes cidades alemãs?

A destruição de restaurantes populares turcos em Dresden.

A prisão de dezenas de neonazistas em Hannover.

Autoridades feridas em Chemnitz depois de confrontos entre policiais e grupos de xenofobia.

A policia repreendeu os manifestantes, que serão acusados e julgados por ódio racial.

Acontece que o problema não deve ser visto com reducionismo:

Em dezembro de 2007, o caso violento de um idoso alemão de 76 anos atacado por dois imigrantes, um turco e outro grego, chamou atenção internacional. Os jovens espancaram, cuspiram e xingaram o aposentado de "alemão de merda" , depois que ele pediu para os rapazes pararem de fumar no metrô de Munique, onde o fumo é proibido.

No mesmo mês, pouco antes do reveillon, 15 neonazistas atacaram com paus uma familia de afegãos que acendiam fogos nas ruas de Lichtenberg.

Também em 2007, Angela Merkel, primeira-ministra alemã, sugeriu num discurso do partido que os minaretes das novas mesquitas a serem construídas em território alemão não deviam ser mais altos que as torres das igrejas.

Depois da segunda guerra mundial, há cerca de 50 anos, imigrantes da Turquia e de outras nações foram convidados pelo governo alemão para trabalhar na reconstrução da Alemanha destruida pela guerra nazista.

Guerra que foi fundamentada pelo ópio do ódio da xenofobia.

O mundo já sofreu dessa overdose.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Entupimento no espaço


Se você acha que a vida tá difícil, quando você chega do trabalho cansado, suado, depois do trânsito, do metrô lotado, de cabeça cheia, pronto pra tomar uma ducha, aquele banho quentinho e ao entrar no box percebe que a resistência do chuveiro queimou ou que o vaso sanitário entupiu, acredite... essas coisas não acontecem só contigo!

E o melhor, não são exclusividade desse planeta!

Não, não é assunto de disco voador e gnomo...

Imagine agora você com mais uma equipe de trabalho numa aeronave, flutuando no espaço, depois do jantar recheado de cápsulas de pepino e rabanete ( e você sonhando com aquela pizza de borda recheada) e de repente bate aquela dorzinha chata, indiscreta.

Então você sai meio que disfarçando para o único vaso sanitário de uma base espacial. Chega lá, se equilibra, segura com a sola do pé a base da privada ( repetindo mentalmente: vai dar tudo certo, vai dar tudo certo...) com a mão abre o manual de sobrevivencia pra pensar em outras coisas ( a litertura na nave não é a das mais variadas) , toma cuidado com o papel higiênico que instiste em roçar sobre sua cabeça, e depois do trabalho feito, despreocupadamente, puxa a descarga (não há mais o que fazer) e.... silêncio, puxa de novo e..... nada.

Começa a bater o desespero, você sabe como é no espaço, tudo flutua.

Sai voando mesmo.

Você fecha a porta correndo, vai direto pro telefone comunitário espacial e chama de qualquer forma, a cobrar mesmo a Terra...

"Olha, a situação tá preta aqui em cima"

E foi o que aconteceu na Estação Espacial Internacional (ISS).

A privada quebrou. Entupiu. Escafedeu.

Literalmente: esca - fedeu .

Não há problemas, disseram os técnicos daqui, com uma pitada de ironia...hoje tem gente especializada em tudo.

A NASA chamou o cosmonauta-encanador Oleg Kononenko para a missão urgente, urgentíssima de desencantar a tripulação.

Desencanar a situação.

E lá vai o Oleg pra Estação.

Na bagagem, além das ferramentas precisas, leva na mala, mais um pequeno estoque de sacos plásticos para a prevenção da equipe.

Daqueles que você, sem problemas, pode mandar qualquer coisa pro espaço.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Será que levo o guarda-chuva?


Parece aqueles emails sobre os novos tipos de assalto que os bandidos tem criado.
Que nada, são algumas das noticias da semana, um tanto quanto intrigantes:

* "Onda de 3 metros invade barco e provoca pânico no Rio de Janeiro" (25/4/08)


* "Terremoto de 5,2 graus em São Paulo" (22/04/08)

* "Tomate, morango e alface são produtos com mais resíduos de agrotóxico - Técnicos do Ministério da Saúde encontraram amostras de monocrotofós, substância que teve o uso proibido no Brasil" (23/04/08)

Pra debater a desgraça alheia (se não a nossa) podiamos tomar uma gelada , nessa sexta-feira quente em São Paulo, se não fosse o tal aquecimento global:

* "Aquecimento global aumentará o preço da cerveja, diz estudo" (08/04/08)

Bom, se é assim, que voltemos sóbrios para casa.

Nem tanto, companheiro:

* "Lula diz que Brasil terá 'carro com cheiro de cachaça' " (25/04/08)


terça-feira, 22 de abril de 2008

Seis e meia dúzia

Aqui tem pão de mel, lá tem Alfajor.
Aqui tem Pelé, Ronaldinho, Zico e centenas de outros, lá tem Maradona.

Aqui tem samba, lá tem tango.
Aqui tem Cid Gomes, governador do Ceará, que leva a sogra a uma viagem oficial de dez dias à Europa, por R$ 388.596 só de aluguel de avião.

E lá tem Roberto Magnacca, embaixador da Argentina na África do Sul que é suspeito de :

* Desviar cerca de 200 mil dólares com pagamento em folha de salários mais baixos a funcionários e engolir o restante.

* Botar fogo na casa oficial para ganhar o prêmio do seguro (setembro de 2003).

Pode uma coisa dessas?

* Abuso de privilégios diplomáticos.

*********
Em tempo:

Cid Gomes é irmão de Ciro Gomes, deputado-federal PSB-CE ( ex-ministro, ex-governador, ex-candidato a presidência) .

We are the world


Você abre o armário e encontra aquele vinil antigo, anos 80.

"We are the world"

( Justo esse???? Bem, podia ser outro, você pode pensar. A década de 80 teve bastante música legal...)

Desculpa ai vai , é que é esse que tá em questão, mas prometo que você termina de ler esses poucos parágrafos antes do primeiro refrão do "we are the children"!

Então, o que vem à cabeça?

1. O Ray Charles num duelo-dueto de gogó sem halls com Bruce Springsteen.

2. Michael Jackson e Cindy Lauper com a mão na orelha direita durante o clipe.

3. Os banhos demorados, onde você com o shampoo na mão imitava o Steve Wonder (caso conte com mais de 20 anos de idade...)

Pode ser. Mas se se lembra do porquê dessa música chiclete-cera-de-ouvido, gravada em janeiro de 1985 com 45 artistas da música norte-americana ?

Era a campanha dos Estados Unidos contra a fome na África, principalmente na Etiópia.

Mais de duas décadas passaram. E a fome mudou.

O governo dos Estados Unidos alimenta agora outra boca etíope:

A fome militar, com armas e logística.

A Etiópia cortou relações com o Qatar.

Tem muito terrorista por lá, dizem os Estados Unidos. A Etiópia também concorda. Um pessoal ligado aos grupos extremistas da Somália. E que às vezes tomam chá da tarde com os turbantes da Al-Qaeda.

A região é conturbada.

Tem mais: Qatar insiste em dialogar com a Eritréia.

A Eritréia tem problemas de fronteira com a Etiópia.

Enquanto a discussão de relacionamento continua, a gente se pergunta se as crianças africanas vão jantar canja ou repetirão a farinha com água salgada do almoço.
Aliás, teve almoço hoje?




sexta-feira, 18 de abril de 2008

Águas cristãs

Se do lado do Rio tem bispo licenciado pra concorrer à prefeitura,

do lado de lá das cataratas tem ex-bispo católico quase presidente do Paraguai.

Fernando Lugo, ex-bispo católico, não tá licenciado. É ex.
Deixou de ser. Diferente do Crivella.

E deixou de ser o que?

Ele deve saber.

Até porque Lugo é do partido de esquerda APC (Aliança Patriótica para a Mudança).

Coligado a um partido de centro-direita, o PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico) com indicação para vice-presidente: Federico Franco.

Deve ser o caminho do meio de Buda.

Mas não é Buda, é Cristo!

Ai você pergunta para um dos principais grupos sociais de apoio a Lugo, o Tekojoja, que em guarani, significa: "somos todos iguais".

O que só a galinha tem?


Um dia desses de Abril.
Dia qualquer pra muita gente.
Pra outros, um dia de comemoração.

Um papel timbrado sobre a escrivaninha.
No alto do cabeçalho, um logotipo. PAGO COM SEU DINHEIRO.

-Meu?

-Também.

-Meu e seu.

-Tá falando do Governo?
-Não.

-Então é Organização Não Governamental, as tal Ongs, né? Tem uma aqui no bairro que defende os patos.
- Não.

- Sindicato?
- Não.

-Partido político?
-Não.

- Uai, é Igreja?
-Não é também...

-Tá doido então?

-Mais ou menos depois que vi o que estava escrito no papel.

- Fala, vai!

- No logotipo...... tchanan! Movimento dos Sem Terra, MST.

PS:
Pra não esquecer: O MST é pago com o dinheiro do nosso imposto.

PS2:
MST não presta contas a ninguém.

Na carta, em fonte Times New Roman, tamanho 12, segue:

Alguns dos eventos realizados em homenagem ao massacre em Carajás.

Abril 2008:

*Agudos, interior de São Paulo: bloqueio da rodovia Marechal Cândido Rondon.
* Sergipe: invasão da usina hidrelétrica de Xingó, responsável pela produção de 20% da energia elétrica consumida no Nordeste.
* Belém do Pará: invasão do prédio da Vale.
* Americana: invasão de fazenda que planta cana-de-açúcar.
* Paraná: invasão de 11 das 27 praças de pedágio.
* Sorocaba e Andradina, interior de São Paulo: .invasão das agências do Banco do Brasil.
* Ibaretama, São Luiz do Curu, Senador Pompeu e Itaipaba no Ceará: invasão de terras.
* Recife: passeata no centro de Recife.
* Pernambuco: 32 fazendas invadidas desde sábado ( 12 de abril).
* Maceió: invasão do prédio da Assembléia Legislativa.
* Marchas: Canindé, Distrito Federal e Brasília, entre outras.

***********

- Ufa.

- Enfim, alguém tem que protestar. Já que por aqui o único movimento que junta milhões nas ruas de São Paulo é o movimento gay.

- Tem os de Cristo também. Aliás é daqui a pouco.

-Ah, desculpe, sou ateu.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

O Hímem no Iemên

Enquanto as revistas brasileiras dirigidas a adolescentes discutem a virgindade e
a Editora Globo publica uma versão cheia de desenhos infantis para o clássico sem idade "Gramática de Emília", de Monteiro Lobato, lá no Iemên, uma menina de 8 anos cansada de ser violentada, resolveu seguir até o tribunal e pedir o divórcio.

Conseguiu.

Ela estava casada com Faiz Ali Thamer, 30 , que pediu há 10 meses para seus pais a mão dela em casamento.

A mãe deixou claro: casar pode, mas sexo só depois dos 15 anos de idade. Vai ter que seguir as lei do Iemên.

E quase todos dormiram felizes com a união.

terça-feira, 15 de abril de 2008

O absurdo é singular?

Existo?
Deixei de ser já.







O Tempo e o Vento

Vê esses 3 senhores alto astral aí do lado?

A foto marca um momento histórico: o tratado de paz entre Egito e Israel assinado em março de 1979.

Sentados estão da esquerda para a direita, o presidente do Egito, Anwar El-Sadat, o presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, e o primeiro-ministro israelense Menachem Begin.

Sobre o acordo, pode-se afirmar que firmar uma resolução entre líderes políticos às vezes é bem diferente que filtrar a opinião popular: 92% dos jovens egpicios consideram Israel um estado inimigo, segundo pesquisa feita em 1996 pelo Gabinete de Informação Egípcio e pelo Centro de Apoio de Decisão do país.

Já se vão 12 anos.

E o prêmio Nobel e ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, tá chegando no Oriente Médio.

Leva debaixo do braço o seu livro "Palestina: Paz e não Apartheid", onde compara a situação dos palestinos ao sofrimento dos negros frente a segregação racial na África do Sul.

Pra descabelar ainda mais o governo israelense, Carter quer visitar Khaled Meshaal, líder do grupo extremista Hamas , que vive exilado na Síria. Pessoa "não muito grata" a Israel.
Então, durante sua estada nas terras abençoadas, Carter não recebeu a segurança do Shin Bet -o serviço secreto israelense e o premiê Ehud Olmert, fez porque fez , bateu o pé e decidiu não recepcionar o político americano.
É dando que se recebe.




Berlusconi vence na Itália

Os italianos dizem que foi pela mudança.

E assim, Silvio Berlusconi, de 71 anos , é eleito pela terceira vez o primeiro-ministro da Itália.

Ops,

Mudança - Eleito pela terceira vez.

Perdão.

Aqui na terra da garoa são 22h30 e acabo de pedir a minha meia mussarela meia marguerita.
Hoje, quando se fala no país da bota, Berlusconi é tão popular quanto um risoto de funghi.
( Por favor, não se irrite com as analogias da política-comida, veja que já passa da hora do jantar e estou um tanto influenciado pelo estômago)
Berlusconi é associado a diferentes pratos da cozinha italiana:

O cardápio:
No esporte:
Berlusconi é o dono e presidente do clube de futebol Milan AC.
( Aquele onde jogam os bons de bola Kaká, Paolo Maldini, Alessandro Nesta, Andrea Pirlo, Filippo Inzaghi, entre outros)

Na comunicação:
A Itália tem 7 canais de TV. 3 estatais e 4 não-estatais.
Berlusconi é dono de 3 não-estatais.
Se Berlusconi é o líder do Governo, ele controla mais 3.
Pelas contas complicadas: 3 + 3 = 6.
Logo, Berlusconi comanda 6 canais, dos 7 existentes na TV aberta italiana.

Na Justiça:
São 12 processos contra Berlusconi: alguns de corrupção, suborno de juiz e de fiscal da Receita, outros de fraude, financiamento ilegal e mais umas coisinhas não muito agradáveis. Mas o premiê foi absolvido em praticamente todos.

Na Ilha Cayman:
Berlusconi é considerado o segundo homem mais rico da Itália.

*************
Longe do Pais das Maravihas, Berlusconi terá bastante trabalho ao assumir a cadeira:
A Alitália, companhia aérea estatal, está parada com gastos diários de 1 milhão
de euros. E a negociação com a Air France precisa ser retomada.
A crise do lixo mancha Napóles.
Praticamente 10% da população italiana tem vivido na pobreza.
Os preços em geral nunca subiram tanto desde 1996.
O problema da contaminação da Mussarela de Búfalo e as discussões da exportação do produto na União Européia.
Quanto a esse infeliz embargo , vou usar da bendita generosidade humana e fazer a minha parte daqui de casa.
Tenho um compromisso irremediável ali na mesa de jantar, que a pizza acabou de chegar.
Aceita um pedaço?

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Salada de frutas nepalesa



O mundo não anda tão new age para os lados do Himalaia. Se não bastasse as confusões no Tibete e na China, o Nepal vive um clima de incerteza política com a apuração das eleições de 2008.

O Nepal tem um rei como chefe do Estado.

Em 2007 foi instaurada uma Constituição provisória que previa para o primeiro semestre de 2008, a abolição da monarquia e uma nova Carta Magna.

Dois grandes blocos políticos se degladiam desde então: um com apelo monárquico e outro de ex-guerrilheiros.
E cá estamos.
Quem segue na frente, com mais de 50% das cadeiras eleitas no parlamento é o Partido Comunista.
Resultado democrático.
O curioso é entender a filosofia da segunda maior liderança do Partido Comunista nepalês. O nome dele é Baburam Bhattarai.
Baburam Bhattarai tem 53 anos .
Baburam Bhattarai é comunista.
Baburam Bhattarai defende a criação do capitalismo no Nepal.

Hein?????

Isso mesmo.

Baburam Bhattarai é comunista e defende a criação do capitalismo.
Eh, vai entender.

Baburam Bhattarai é um homem de resistência. Lutou por mais de dez anos contra a monarquia do Nepal.
O pessoal da Cia não gosta muito dele. Dizem que Baburam Bhattarai é terrorista e guerrilheiro.
Baburam Bhattarai é um grande jogador de xadrez.
Arquiteto com pós-graduação na Índia, Baburam Bhattarai aguarda cercado de cartazes de Stalin, Lênin, Mao e Marx , em sua casa no alto de uma montanha sagrada, o resultado oficial da vitória em Abril de 2008.

domingo, 13 de abril de 2008

A sua tem 8 números?


Você contaria sua senha bancária ao seu amigo?



1. Seis funcionários da Casa Civil da Presidência da República compartilham da mesma senha.

2. Os ministros Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), Orlando Silva (Esportes) e Altemir Gregolin (Pesca) estão sob investigação da Controladoria Geral da União (CGU) com suspeita de uso ilegal do cartão para compras em free-shop, tapiocaria e cervejarias.

3. Visite o site portaldatransparencia.gov.br . Mas não pense que encontrará senhas, por lá estão os extratos dos gastos...

Tá olhando o que?



Corujinhas gente-boa da Rússia





Abriu?

Aqui em baixo: Che Guevara, Raul Castro e o comandante Fidel

Raul Castro, irmão de Fidel, mal assumiu a cadeira e já tirou da gaveta:

1. A liberdade dos cubanos de se hospedarem em hotéis de luxo, antes exclusivos para turistas.

2. Facilidades para a documentação de imóveis estatais.

3 .Quem tiver terras, que plante o que quiser.

4. E se 51% das terras cubanas estão ociosas, os fazendeiros agora podem chegar por lá e jogarem suas sementes.

5. Quer comprar TV, DVD, aparelho eletrônico? Tá bom, tá liberado.

6. Teto salarial. Que qué isso? Não existe mais na ilha.


Mas........... se esse for o trabalho, ele ainda é grande.

A situação de Cuba em números:

PIB: US$ 50 bilhões.

Importação anual: US$ 10,9 bilhões.

Exportação: US$ 3,3 bilhões.

Gastos para a importação de alimento: $ 1,5 bilhão

Lucro gerado pelo turismo: US$ 1,9 bilhão

sábado, 12 de abril de 2008

Tão dizendo...

Para o Ocidente.....

Que o povo tibetano acredita descender de um macaco.

Tá bom, um macaco criado por Avalokitesvara ("senhor que observa o mundo") que baixou por aqui onde gerou seis híbridos numa demônia que o seduziu.

Que o Tibete destruiu países da Asia Central e a China no século 8.

Que o Tibete é um pais centralizador que só interessa ao clero que dominaria a região por deter o poder economico e político.

Que a Revolução Cultural que devastou os mosteiros tibetanos na década de 1960 não foi simplesmente "importada" dos chineses: na época, menos de cem guardas vermelhos foram ao Tibete, de modo que as turbas de jovens que queimaram mosteiros foram compostas quase exclusivamente de tibetanos.


Mas tão dizendo no Tibete.....

Para as crianças desde meados de 1950, conquista chinesa, que a religião budista não tem importância.

Templos são destruidos, a cultura é dizimada não só com a palavra, mas com a violência física contra monges, mulheres, crianças.
Direitos Humanos?

Abusos políticos, culturais, sexuais.

Fim da liberdade.

Esquecem talvez do porém....

Jovens politizados, criados em escolas politizadas, afastadas no "passionalismo" e da "passividade" religiosa tendem a criar valores políticos.

Grupos politizados encontram na opressão, um movimento de reação.

A idependencia, a autonomia e a liberdade de expressão são forças inerentes do ser humano.

O que está acontecendo agora nas regiões tibetanas já não é mais somente um protesto "espiritual" pacífico de monges (como o que aconteceu em Mianmar um ano atrás), mas (também) de bandos de pessoas incendiando lojas e entrando em confornto com soldados.

Talvez.....

Não seria interessante para os Estados Unidos e para a Europa que aparecessem grupos guerrilheiros na China?

Uma espécie de Al-Qaeda, Farc, Eta naquela região?

Até porque no início dos anos 1950, começou um longo, sistemático e substancial envolvimento da CIA na incitação de distúrbios anti-China no Tibete, de modo que o receio chinês de tentativas externas de desestabilizar o Tibete não era, de modo algum, "irracional".

As nações ricas ocidentais veriam o verdadeiro poder bélico da China.

A China, pais que mais cresce no mundo, teria que baixar seus olhos em outra questão fora o desenvolvimento economico.

A China correria o risco de colher o resultado imprevisivel da violência que plantou nos últimos 55 anos contra o povo tibetano:

Por dentro: um grupo armado, guerrilheiro apoiado debaixo dos panos, seja lá por qual potência internacional.

Por fora: o fortalecimento da economia de outros paises frente a um possível enfraquecimento chinês.

Tão dizendo








A gente não quer só comer

Lixão em Araruama

A gente não quer só comer, mas sem comida não se vive.

E como será daqui pra frente?

Os preços dos alimentos subiram 48% do final de 2006 ao início de 2008, segundo o FMI.
Em São Paulo, o aumento foi de 164% nos últimos 12 meses.

A eterna briga entre a natureza e a economia persiste:
Aquecimento global x Aumento da população.
O desenvolvimento economico levou a maior procura de comida. Mas o clima trouxe a quebra de safras.
Plantar aonde? As áreas florestais diminuem.
Commodities agrícolas produzem biocombustíveis.

Altos subsídios da Europa e dos Estados Unidos impedem o desenvolvimento da tecnologia e do investimento da nossa produção.

A crise dos EUA e a baixa do dólar levou a concentração para o mercado futuro de produtos agrícolas. Resultado: aumento dos valores.

Comeremos comida de plástico? De laboratório?

Já comemos?

Os estoques globais de comida estão no menor grau desde o começo dos anos 1980.

Por segurança alimentar, alguns países decidiram reduzir suas exportações de alimentos.

E se tivermos o que comer.

Teremos que comer?

E pra engolir,

Sobrará água?

Tapabum

Tan Tan
Pode ser lelé
Pode ser ritmo,
som
ou sem.
Pode ser o que quiser

Lá vai


Lá vai,
Lá via,
Um dia, se quis,
Outro se perdeu,
Em si.

Da ida,
A volta,
Se é que há o ir e vir.
Seguir é ir em si pra ser o há?

*********************

Era uma oferta passageira,
Um desejo,
Nada profundo?
Intenso praquele momento, ah era!
Então se foi fundo
Não a fundo,
Se é que é diferente.
Há diferenças
No passageiro.
Passageiro.

**********************