quinta-feira, 26 de junho de 2008

O ópio do ódio


A Alemanha acaba de vencer a Turquia nas semifinais da Eurocopa e o que se viu em diferentes cidades alemãs?

A destruição de restaurantes populares turcos em Dresden.

A prisão de dezenas de neonazistas em Hannover.

Autoridades feridas em Chemnitz depois de confrontos entre policiais e grupos de xenofobia.

A policia repreendeu os manifestantes, que serão acusados e julgados por ódio racial.

Acontece que o problema não deve ser visto com reducionismo:

Em dezembro de 2007, o caso violento de um idoso alemão de 76 anos atacado por dois imigrantes, um turco e outro grego, chamou atenção internacional. Os jovens espancaram, cuspiram e xingaram o aposentado de "alemão de merda" , depois que ele pediu para os rapazes pararem de fumar no metrô de Munique, onde o fumo é proibido.

No mesmo mês, pouco antes do reveillon, 15 neonazistas atacaram com paus uma familia de afegãos que acendiam fogos nas ruas de Lichtenberg.

Também em 2007, Angela Merkel, primeira-ministra alemã, sugeriu num discurso do partido que os minaretes das novas mesquitas a serem construídas em território alemão não deviam ser mais altos que as torres das igrejas.

Depois da segunda guerra mundial, há cerca de 50 anos, imigrantes da Turquia e de outras nações foram convidados pelo governo alemão para trabalhar na reconstrução da Alemanha destruida pela guerra nazista.

Guerra que foi fundamentada pelo ópio do ódio da xenofobia.

O mundo já sofreu dessa overdose.

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