quinta-feira, 5 de março de 2009

Dogville



Não traga a pipoca aqui, pode dar indigestão. Talvez alguns copos de água; vários, para durar pelo menos três horas.

Dogville é um filme duro, daqueles tipo "tapa na cara". Aponta sem trilha sonora nem deslocamento geográfico num cenário cru e imaginativo a crueldade, a animalidade humana escondidas entre os pequenos defeitos que todo mundo tem. Todos os personagens vivem para satisfazer suas necessidades e instintos.

É uma tragédia grega de final apocalíptico, que propõe boas horas de meditação para se abster do sentimento de revolta e indignação que o filme causa.

A narrativa caminha num movimento pendular entre o altruísmo humano e a espera da recompensa, do pagamento de qualquer ato. Do sentimento de vingança e de resignação.

Nicole Kidman está brilhante. O diretor Lars Von Trier faz as câmeras.

Sim, o ser o humano é arrogante. E vive em dúvidas, conflitos. Talvez o mais estrutural: o debate entre razão e emoção.

Instinto, sobrevivência e humanidade.

Depois das viagens e reflexões por Dogville, não esqueça de tomar um banho gelado pra refrescar.

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