terça-feira, 10 de março de 2009
Jean-Luc Godard, Le Mepris ( Desprezo)
Woody Allen deve ter mergulhado nesse filme, cheio de diálogos sobre relacionamento, dúvidas, desprezo e paranóias de um casal. Adicionando, é claro o terceiro poder: a possível e praticamente irremediável traição.
Le Mepris é outra tragédia grega que não se esconde: é totalmente exposta desde o início da narrativa, cheia de indicações ao pensamento grego e à Odisséia de Homero.
Mas as referências não param por aí: o filme tem o formato da tragédia. A tensão vai aumentando aos poucos, o medo, a insegurança seguida da violência. As desconfianças de marido e mulher crescem, o desprezo da beleza e da paixão, até atingir o limite final.
Assumir riscos.
Acasos.
Há também a linda fotografia da região de Capri, a participação especial do cineasta Fritz Lang (!), e mais além temos Brigitte Bardot.
Um caso a parte.
É Brigitte do começo ao fim em quase todos os ângulos possíveis :nua, em detalhe, iluminada de formas diferentes. Nudez em vermelho, azul, colorida, descolorada; de peruca, com cabelos soltos, presos, de cima, de baixo, tomando sol, de roupão, intelectualizada, confusa, mimada, decidida.
É a própria construção do mito.
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